sábado, 18 de junho de 2016

ILHA DE MAN: ENTRE O AMOR E A LOUCURA



TOURIST TROPHY: A CORRIDA DA MORTE


   No ano de 1903, foi estabelecido pelo Parlamento Britânico o limite de velocidade de 32 km/h nas vias públicas da Inglaterra, dessa forma não poderia haver competições automotivas no país inglês. Como alternativa a esse decreto, dado ao avanço dos esportes a motor, Sir Julian Orde, secretário do Clube de Automóveis da Irlanda e Grã-Bretanha, recorreu às autoridades em busca da permissão de uma pequena ilha situada entre a Inglaterra e a Irlanda para que as competições acontecessem nas estradas de lá: a Ilha de Man.

   A Ilha de Man possui cerca de 84 mil habitantes, segundo o censo de 2011, possui baixíssimos impostos, faz parte do Reino Unido e tem como chefe de estado a Rainha Elizabeth II, embora possuam seu próprio parlamento. A dimensão da ilha é de 572 quilômetros quadrados, composta por campos e áreas rurais, predominantemente.
Sir Julian Orde não fazia ideia de que a sua solicitação daria vazão para uma das mais tradicionais e perigosas corridas do mundo: o Tourist Trophy.
   O Tourist Trophy, ou TT, teve seu início no ano de 1907. Ocorre nos verões e tem atraído um público maior a cada ano. O evento tem duração de duas semanas, com largada individual e cada piloto sai com 10 segundos de intervalo em relação ao outro. O percurso tem 60,7 quilômetros de vias públicas, com mais de 200 curvas feitas entre estradas e ruas que cortam as áreas rurais e os vilarejos da ilha, com inúmeras imperfeições na pista, onde os pilotos correm a mais de 300 km/h. Há uma média de 17 minutos de prova, em busca do troféu Espírito do TT.


   Na disputa a regra fundamental não está em chegar à linha final primeiro, mas sim terminar a corrida no menor tempo relativo. Os apaixonados pela pista costumam afirmar que “Não é uma questão de simplesmente vencer seu oponente: é uma questão de vencer a pista.”. Valentino Rossi disse que, para competir no Tourist Trophy, além de coragem, é necessário um "grande par de bolas".



   O percurso conhecido como Snaefell Mountain Course já vitimou mais de 240 pilotos, com uma média de duas mortes por evento. Mas é justamente o grande risco da pisto que tem atraído o público e competidores. Trata-se de uma corrida orgânica, em que impera a sede pela velocidade ao invés das normas de segurança. Ainda que, em 1976, tenha havido um boicote dos pilotos preocupados com sua integridade. Hoje, os pilotos descrevem a sensação de correr na ilha como uma droga poderosa, algo difícil até mesmo de se imaginar sem.



   Existe um dia específico no qual o percurso percorrido pelos pilotos fica aberto ao público – e sem qualquer limite de velocidade. Não é à toa que esse dia foi batizado de Mad Sunday, ou Domingo Maluco. O evento tem crescido tanto que, nas últimas edições do Tourist Trophy, a ilha recepcionou o triplo de sua população original.



Não há dúvidas de que a Ilha de Man é um fenômeno com tendência a expandir sua popularidade ainda mais no mundo, mesmo com tantos acidentes e vítimas. 
   Recentemente, na edição de 2016,mais um piloto faleceu durante o percurso, Ian Bell, de 58 anos, morreu após o acidente na zona Ballaspur. Era de Bedlington, Northumberland e tinha como companheiro de equipe o seu filho Carl que sofreu algumas lesões. Ian, ingressou na TT em 1995, sendo campeão por 5 vezes. 

Veja o vídeo abaixo da incrível média de velocidade na ilha de man.


Fonte: autoportal.iol.pt / megacurioso.com


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